quinta-feira, 8 de outubro de 2015

E eu sobrevivi

Uma calçada escura, o som da rua,
A fumaça, o cheiro do carbono,
As luzes de fundo do céu...
Era como se aquela paisagem escura,
De lua acesa e nuvem esparsa,
Ignorasse o barulho de uma mente
Diante de uma lembrança surda...

Pensara em quatro, só que cinco
Vão-se na paisagem
Anos à distância da idade que tinha
À que se tem
Da que tinha à que deve
Da que teria à que houvera...
E eu sobrevivi

E vi uma noite se repetir
Duas, centenas mais,
Em lugares diferentes
De um mesmo lugar.

Em lugar diferente
De um mesmo lugar.

terça-feira, 4 de agosto de 2015

Tarde agradável!

Por que não
Ganhar um pouco
Menos e viver
Um pouco mais? Um fim
De tarde de cada vez!
(Mais uma vez, antes que seja tarde!)

quarta-feira, 29 de julho de 2015

π (ou Pi)

[...] o primeiro set-list!..
A nostalgia maior está na memória do primeiro ensaio em um estúdio (Estúdio do Douglas) que ficava no Bairro Satélite, Natal, nas proximidades do prolongamento da Prudente de Morais com a Xavantes.

Eu seria o roadie e uma espécie de 'meio-produtor' de um projeto focado na mistura de metal com hardcore. Na ausência de baixistas, quebrei o galho durante algum tempo...

Era uma manhã de domingo, maio de 2005 ou antes disso e Ações de um ser debilóide marcou pela ilustre presença do homenageado dançando ao seu som, curtindo os refrões, sem, sequer, ter ideia de que aquela canção, o adjetivo "debilóide", a si fazia referência!

"São apenas ações de um ser debilóide"... Eu fiz parte disto!

Ah! Pi (ou π) era o nome da banda, embrião de tudo o que surgiria a seguir (a começar por Ao Longe Barcos e Flores)! 

quarta-feira, 22 de julho de 2015

Vou bater a porta

[...] rascunho da letra pronta
para ser musicada!
Vou bater a porta,
Mas não apareça quando eu chegar

Vou te mandar bilhetes e não me responda se chorar

Hoje fico sozinho,
Não quero ninguém,
Nem medo, receio ou apreço de passar
Por seus olhos.

Ou te jogo na cara o que espero,
Algumas meninas diante de mim,
Me vendo tocar as canções que fiz pra você,
Não me casei por medo de tentar
Quando precisei você não estava lá
E agora não me venha dizer que não fui bom suficiente pra você.

Eu não posso expressar as saudades,
Os momentos que sinto quando me lembro
Que a gente não tem jeito e que nunca mais vai voltar

Andesson Cavalcanti e
(Letra e música)

Entre fevereiro e abril de 2007.

domingo, 19 de julho de 2015

Vaidade à esmo

Como se cheiro
Não culpasse, sentisse
Como matéria
Julg'arte cor de batom
À altura do peito o tom de blash...

Era como se amaciasse a própria alma
Na ausência do tato,
Como se despedaçasse o próprio instinto
E se desesperasse
Pela sobrevivência da carne,

Trocou pele por seda,

Como se beleza fosse ansiedade
Ou vivesse pelo mundo de passagem
Ou fizesse cara de paisagem
Ou alimentasse à esmo
Vaidade...

sábado, 16 de maio de 2015

sexta-feira, 15 de maio de 2015

Sim, o Mundo!

O Mundo, apesar de difícil, tem tantas coisas boas a compartilhar quanto pensa a sabedoria popular a respeito das coisas ruins que nele existem.

quarta-feira, 13 de maio de 2015

Depois daquele dia...

Ouvi canções, velhas, de gente antiga,
Lembrei de cada dia, de alguns
Daqueles dias em que modéstia e falcatruas
Iam, vinham.

Passa pela mente, mente
Como se a verdade suprisse o breu
Da brecha, o fogo, frio
Um lustre sem luz,
Calor que estremece sem ranhura...

Dias, meses, anos
Alguns, agora...
A pele mudou, o cabelo, a cor de qualquer coisa

É como se eu brincasse de lembrar
Do que eu deixei de esquecer todos os dias
Depois daquele dia...

terça-feira, 14 de abril de 2015

CrEsc3r

Crescer não é fácil, não é
Necessário, crescer faz mal
E é prejudicial como sonrisal na coca-cola.

Essa coisa de crescer tecê
Um lado da vida
Mergulhado em algum escuro
Profundo que muita gente teima
Esconder
Em alarde ao mundo à sua volta
A destreza, vitoria, em função da dor
Da perda...

Crescer, em pouco, é aventura
Ou quase pouco
Ternura.
Doem as pernas, as veias,
Às pálpebras que pesam de sono
No amanhecer breve que ainda
Nem veio...

Parecido viver de sentido
E não de vida,
Evita fumaça de rua,
Fogueira de esquina
E fuma um maço
De cigarro de industria.

Crescer não é arte, nem fim.
Rasga a carne, queima a pele
Adoece de câncer ou de loucura
Ou misto de besta e fera
Em feira. Crescer, aliás,
Não tem nada de moderno
Nem bonito.

quinta-feira, 19 de março de 2015

Loved being love

Love, since you being love,
Since to be loved
Nice to be love
Alive to be love
To be loved...

quinta-feira, 12 de março de 2015

31 (uns)

31 dias, disto, um mês não passa, 31
Anos idos aos 31, sejam do segundo tempo.
Ser aos 30, aos 30, astúcias, astuta,
Aspiram 30 e poucas medidas.

É como se um operário de 30
Semeasse a própria
Aposentadoria
Trabalhando 30 horas em um mês
De 30...
30 parece o meio, a metade...
Dizem que Cristo viveu a metade da vida
Que viveria ou que poderia
Ter vivido aos 30.

Não sou de 30, mas, passei pelos 80,
90, aos 2000 cheguei aos 30
E aos 31, semeio o sabor de ser
O desejo de ter 30 e poucos

30 e poucas coisas, motivos,
30 e lá se vão faces, vidas
30 e algumas histórias, sentidos
30 e outras formas de serem vividas.

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

À luz de vela

Tem um pedaço de tudo pra falar de tudo um pouco.
Tema de pouca envergadura,
O imoral da palavra bela,
A beleza da impureza de falar o que não presta
A quem se doa ao luxo de assistir reis
Pregando besteira com cara dondoca
Enquanto o mundo ri de sua beleza
Que não tem nada de coisa bela,
Sabe tudo sobre o nada
Iluminismo iluminado à luz de vela...

Um mundo de cacos, telha, quebrado no chão
De cara lavada, alma lavanda
A salvo da gentalha gravame,
Gente que se põe a posse
À venda, vergonha na cara, quase nada
Que nada teria gravada à face o que diz
Verdade, desgraça vendida na praça,
Diz mentira a tom verdade
Vendida inverda verde de graça.

terça-feira, 27 de janeiro de 2015

Eu só!

Estar só é como estender a mão a si,
Abrir-se consigo, à luz do horizonte
Em meio à poeira da rua, calçada vazia
E ocupada por gente desocupada.

É compreender a si mesmo e sentir-se bem
Pelo simples fato de estar só;
Ter ninguém, do lado, do outro
Não reclamar, fazer muganga, não ser reparado!
Só estar está para aquele
De bem com a companhia de si!

Deixar toalha na cama, molhada,
Usar ar condicionado, ventilador,
Chuveiro elétrico ou banho frio
Enquanto a manhã suspira o seu despertar,
Deixar-se só é viver em guerra com o que pensa
O bom vivã da vida a dois.

Estar só é escolher companhia,
Ouvir desejos, desejar só e despertar quando bem ou mal
Entender. Levantar não tem hora. Ter a si
É entender a ausência de dividir com qualidade
Os próprios desejos.

É compreender que a solidão é necessária.

É compartilhar a experiência do pequeno
Sendo grande por dentro
Dentro de um apartamento pequeno.
É viver grande a liberdade
Dentro de um carro pequeno
Ou imaginar grande dentro de um banheiro
Pequeno!

A solidão não é antiquada.

Só estar também é estar de bem
Com a pequena flora que habita
O próprio habitat
E com o grande mundo que permeia a vista
Enquanto o mundo diminui de tamanho
Para quem, indiferente do bem ou do mal,
Prefere, vida qualquer, companhia,

Estar só é decidir por si até sentir-se bem
Com o dividir da companhia!

segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

Felicidade (Feliz Cidade)

Não importa onde, lugar
Com que, ninguém,
Felicidade é estar nada aquém
Nem além do que se viu
Do que se vê.