domingo, 24 de julho de 2016

Tem um tempo

Há pouco querer, ser, reprimido,
Desejo e anseio de si em ser si próprio
À própria forma
Há modo de trauma que tortura
E parece torturar no infinito de uma vida na forma...

Quis continuando ser quem realmente
Era sem intervir no modo
Como o são pela simples escolha de serem
Quem são da forma como...

Havia pouco de estranho,
Não há, regressei com desejo e quis estar
E doar, como tudo,
Como sempre
E de modo grosseiro, tudo é proibido...

Se é loucura, esquizofrenia,
Não sei, a cada dia que passa, cada pouca estatura
Que acumula no ser, suicídio
Parece que este lugar deixou de ser a forma do meu
Tem um tempo.

Outra vez (a culpa minha)

Outra vez, nos mesmos detalhes
Com o mesmo requinte de tortura
Essa cadeia que dura, tem um tempo...

A mesma falta de carinho, de cuidado
O desejo exagerado de si,
O jeito próprio de fazer tudo do próprio jeito
À própria forma...

O modo como surpresas são moderadas,
Como as substâncias se alteram,
Isto não me agrada
E com as pupilas dilatadas, caí
Cego outra vez ao risco da vez
Que maltrata

Não falo da maldade de quem comigo
Nem do amigo que finge ser inimigo...

Falo da rispidez minha de cada dia
De permitir que várias formas de crueldade
Digam sim ao que deveria negar
No seu tempo de amordaça.

quinta-feira, 21 de julho de 2016

Não haverá de repetir

Tão pouco tempo
Tanta gente, mudanças tais...
A melhor lembrança do passado
A ser lembrada
É tanta gente pra rever
E tão pouco pra ser visto...

Tanta história, o que era...
Tanto tempo até aqui
E tão pouco o que cativa.
A decepção é tanta
De tanta gente próxima
Que tão pouco parece que foi
A história, esse tempo todo que passou...

Esperou,
A essência é cheia de rugas,
Em tão pouco tempo...
Grande é o cansaço,
Maior a distância
E tão pouco tempo tem
Para tudo o que tanto amou...

Tanto foi o desejo de vir
Tão maior o de ir
Embora outra vez
Como em tantas outras
Que se foram...
Como se o passado tivesse um pedaço
Que parece merecer não ser vivido
Jaz à hora de partir.