quinta-feira, 22 de dezembro de 2016

2017 3.0

Foi o mais sabático dos meus ultimos anos. Voltei para o aconchego da minha casa, menos trabalho do que de costume, quase não investi tempo em estudos e qualificação; abusei mais dos jogos eletrônicos, do Netflix e das horas vagas deitado no sofá. Diferente das quase 14 horas que costumado estava a gastar laborando, metade disto, em 2016, foi gasto fazendo definitivamente nada.

Até que foi legal, li e aprendi curiosidades adversas até então de fora do meu círculo de interesses. Conheci gente bacana, fiz aquilo que jazia não fazer tinha um tempo. Cinema de menos, leitura de menos, musica de menos... Spotfy e Deezer fizeram presença nos ultimos meses do ano!

Ano de pouca cultura e mais ócio do que de costume. Reencontrei gente das antigas, redescobri amigos e conhecidos que, hoje, afirmo não ser amigos de verdade (apenas conhecidos de bom apreço). Os grupos de Whats App também tomaram um pouco mais de tempo (talvez, por isso, tenha reduzido a carga de leitura)...

Vi desastres, desgostos, destroços; várias batidas de trânsito, senti na pela a má sensação de um cárcere privado, assalto, sequestro e assédio moral. Aprendi a sentir saudade de ser grande ou maior do que ser alguém que tem muito tempo livre para o ócio.

Senti prazer nas coisas que gosto, nas pessoas que gosto, nos motivos que me levam a fazer aquilo que deixo de gostar por esgotamento próprio. Pensei saber o que é Burnout na prática, até que a prática me disse que a teoria é o esforço das palavras de traduzir com o prórpio corpo um fato.

Até que legal, 2016 não me fez feliz como esperava. Definitivamente, não sei se sou feliz ou se me acomodei nas minhas limitações... Nunca me senti tão só quanto acompanhado, talvez, por estar na casa dos 30, tenha me dado por mais exigente e aperfeiçoado o senso próprio que mede a qualidade das companhias que me seguem e que sigo.

Em 2016, faltaram convites, aconchego, carinho e um pouco de gentileza. Jamais havia assistido tanto ódio cru em tão pouca linha de tempo... Mais que intolerância, 2016 mostrou-me muita covardia e necessidade de gente na vida da gente. Escrachadamente, vi, nos instantes que restam de 2016, repúdio e recíproca morna...
Pôr-do-sol no João Paulo,
São Luis, MA, 2014, 17h55.

Decidi no meu canto confraternizar aqui com os meus e não com os dos outros. Em cima da hora, sem avisar, disse para mim que não iria, ainda que um dos meus por lá eu queira deixar um abraço forte de celebração à vida!

Nesta semana, minha mãe me perguntou se tinha preferência de roupa para a virada do ano. Pedi branco.

Mais que amor, dinheiro, sucesso, o que realmente necessito é de menos conversas sobre política, Lula ou Temer e mais idas a Paraíba, ao Maranhão ou a rodas de violão na beira da praia. Meu passado de inocência e leviandade nunca me fez tanta falta (ainda que a maior delas esteja na memoria daquelas que se foram)... Também preciso de espiritualidade.

Um 2017 bem diferente de 2016 desta vez!