Escuro e só, solitário, enxotou-se de si
Serrou os olhos, como se pouco tivera
Rotina, estória, estivesse
Como se tivera a frente,
Viera, viveu e abriu a porta de casa
Como se tivera a frente,
Viera, viveu e abriu a porta de casa
À própria sorte.
Planos, panos na manga,
Forma e fórmula próprios de fazer sentido
Forma e fórmula próprios de fazer sentido
De si
Além da sorte (e que sorte!),
Forte, essa escuridão de pouca gente
E muito caminho percorrido,
Lembranças, afetos, carinho
Saudade de todas as formas,
De como as obras obram,
Saudade de todas as formas,
De como as obras obram,
Uma obra inteira da própria vida,
Que tem vida própria,
Lembra e só, como viver
Toda essa sede de viver cada linha
Fosse proibida.
Lembra e só, como viver
Toda essa sede de viver cada linha
Fosse proibida.
Amor, silêncio, qualquer feixe de luz,
A sala sem luz recorda
O melhor da meia forma
Ou a pior a qual havia de viver
A sala sem luz recorda
O melhor da meia forma
Ou a pior a qual havia de viver
E ser vivida...
Capítulos, prosas, novelas
A proposta de uma ida sem volta
Posta à prova
Lembra que foi, correu
À deriva
Como havia de ser o futuro
E viveu
Como se houvera de voltar
Tivera que ficar
À deriva
Como havia de ser o futuro
E viveu
Como se houvera de voltar
Tivera que ficar
Atrás, lá pretérito de algo perdido
Que o próprio tempo cuidou de ter
Que o próprio tempo cuidou de ter
E perder
Para que cada minuto, no futuro
Fosse apreciado como foi vivido no passado.
Para que cada minuto, no futuro
Fosse apreciado como foi vivido no passado.