terça-feira, 7 de agosto de 2018

Hoje Vida

Vida de pouca vida,
Aflição aflita...
Parece crise, essa vida de hoje em dia
Bem esquisita.

As pessoas, a fôrma, a forma
Das desculpas que não colam
A justa forma que não justifica.
Essa vida que apanha mais do que explica de si
E se explica...

Cega retina, magoa
A ferida que pede remédio
Não sara e nem pede p'ra nascer.
Essa vida de hoje estuprada
Bela e vilipendiada

É vida
Ainda que o Mundo peça
Sem culpa (ou pedir desculpas)...
A vida de hoje, esse gente toda que vive
E agride
Nega o que diz
E disse...

terça-feira, 26 de junho de 2018

A la Francisco

Já não jas como antes.
Queixar-se, aludir... Sua voz despiu-se e seguiu no horizonte.
Outra ou de uma vez só, por descuido, meu
Ou pelo excesso de cuidado
Tranquilidade...
No relembrar daqueles tempos que se foram
Nesta estampa de carne, pele
Sua imagem, desenho, não contemplam
Nem são contemplados pela paisagem que se forma
Na lembrança dos que ficam...
Das horas aqui ou do lado de lá do novo mundo
Essa coisa de filho, pai,
Avô...
Se presságio, é a parte que cabe desse lado de cá que busca alívio
Faz sentido haver história, raiz,
A matriz do resto de muitas vidas
Ou do iniciar de muitas matizes...
Se fui, sou(l)...
Um dia no sobrenatural do ser, haver,
Ali estar
Diz-se meu, nosso, fazer sala
Visita ou simplesmente chamar pelo nome
Se serei...
Estarei na zona de conforto do que havia
Pra esquecer do mundo...
Se de hoje em diante
O carinho pelo nome que chamava,
Repetia duas sílabas, como aprenderá
Na infância, criança com esperança de atenção
Colo,
Não será bem o mesmo
Neto...
E ainda que baste, haja sentido
Esses anos todos, ser, essência
Ou essa forma divina de haver
No seu lado ser
Eu
E aquela parte que lhe cabe
Especial, só teu...
Essa parte vi, ser, fui parte
O estado da arte na parte que lhe coube,
Partir e estar ao restante das horas, tempo
Que a mente, sã, fraca, lúdica
Der lembrar!
Fica essa semente lúdica que plantou
E vai essa falta que chamam saudade...

sábado, 10 de março de 2018

Francisco

Frágil, a vida que se encontra
Sem saber se é quase fim
Ou se o fim tem um pouco mais
De tempo...

A descrença na vida
Eterna, até que a pele não doa
Não sinta, a carne
No cristão que se ascendeu, tem um tempo
Enquanto pôde...

A que assiste ao forte
Que derrete feito gelo, esparge
Como areia em meio ao tempo
Sem deserto
Impiedoso aos olhares mais de pena
Que piedade...

A cada passo que se dá,
Que se toma,
A idade, esperança
Até que entenda o que se passa
Que se lê na mente sábia
Muita idade, histórias
E justiças mal contadas...

A saber se se trata de ansiedade
Medo, receio, saudade
Se há vontade de rever gente linda do passado
Ou tristeza
Na certeza dessa gente
(De agora, carne e pele)
Querida, bem-vinda, que tolera
Conversa, ri, espera (...)

Não estará assim tão perto como
De costume
Ou se essa gente sentirá
O vazio no espaço
Deixado no findar da sua partida...