quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Do fim, o tom

Desculpe-me pelo amor banguelo,
Qualquer sorriso, a minha própria cara
E as poucas horas que me entrego!

Perdão pelo vento possante do som
E a frieza do medo, do fim, do tom!
As palavras são leves desabafos que me corroem
A carne, o peito, os dentes...

É que cada lembrança
Distante não justifica mágoas mal curadas,
Palavras mal escritas, pensamentos mal interpretados.
E a distância traz à tona o medo do fim de cada passo,
Da ventania úmida de mormaço,
E da brisa repleta de cheiro de barro
À luz da chuva.

Porque toda ausência, nua e despercebida
A insegurança despida, disfarçada
Traz o medo de te ver de novo
Em cada passo.

Em algum momento de 2008.