domingo, 30 de agosto de 2020

Vertigem

Tua pele, pelo loiro teu
Cheiro,
Esses olhos mel-negro que completam
Querer
Ver você, ter você,
Teu nariz,
Face tua pele, a ponta dos teus dedos, a forma
Àquela que respira
E que se faz e desliza face
À própria face, a tua

Querer, leva a ter
Você 
Ser, nascer 
Quisera ser quem era, o quê,
Mas, sem estar,
Faz parecer que a vista faltasse, vertigem
Que os olhos agonizassem,
Igual sumisse à face os mesmos olhos,
A capacidade de ver,
Pele, sentir
Dente, morder, dedo, deslizar...
Boca, saliva, como quisera sentir gosto
Com a ponta da língua na pele

É como se nunca tivesse sido
Tido

E jamais tivera sentido,
Aprendido.
Como fosse o que restasse ter 
Necessidade,
Viver, comer
Como energia fosse
Desejo fora
Matar a sede
Pegar, tato
Descer ao fundo d'água seduzido
E subir...

Flutuar sobre o óbvio que faz querer
Ser, crescer
Como se soubesse que era grande 
E estar tornasse imenso.
Como soubera para quê
Ser, haver
E conhecera o tamanho que tivera

E depois percebesse
Que gigante é o tamanho que se cabe
Coubera
Mesmo antes
E só depois de ter.