terça-feira, 14 de julho de 2020

Do pouco que se sabe

Esse misto de vontade e culpa,
Fuga, desejo,
Não cheira, dá sede, saliva,
Como se pele e pelo fossem aroma
Açúcar.
Por vezes, língua e nariz te pedem

Cada ponta, pedaço de pele
Cheiro, vício, queratina
Como o viciado, a cocaína, o obeso,
A comida
Por hora, o corpo age como se fosse
De ninguém 

Cada pedaço da face que é tua, teus glúteos,
Basta que te veja, essa cintura 
Esse desenho todo que custa aos olhos
Crer enquanto passeia sobre si
Com a própria retina
E aprecia...

Que seja teu o cheiro,
Pelos, hormônios,
Ou pelo menos do que sabe
Enquanto o agora, o que vir,
O que não se perca de vista,
Dure o tempo que for, que baste
E que se perca da minha vista.

segunda-feira, 13 de julho de 2020

Bala de festim

Era felicidade, mas voltou a sucumbir 
Ilusão, aproximação,
A tua mão na minha, o perdão 
Pelo passado e você quase que sumia,
Eu desaparecia, a gente quase se perdia 
Mas, eu não sabia que essa felicidade 
Era como bala de festim,
Não mata, mas machuca 
E dói enquanto deixa vivo...

Um não que talvez queira dizer sim, 
Nada que afirme
Ou que liberte 
Ou desarme...
Só queira correr livre 
Enquanto aventura e fantasia se tocam,
Se encostam, se trocam,
Com o corpo que se toca e com a alma 
Que vaga e que não pode ser minha.

segunda-feira, 6 de julho de 2020

A Passagem

A vida fica fácil 
O mundo, leve...
Parece que aquela vontade de sentir vontade,
Aquele desejo insano de sair de casa,
Ver a paisagem pela janela, esquecer da face
Que cada problema tem 
Sofrer assédio, sofrer (de qualquer forma),
Parece que tudo isso fica pequeno, perde tamanho...

Eu já sabia como era viver a vida, como fazia sentido 
O que eu queria nessa estadia 
Passageira (e que não queria que passasse).
Que dure um instante, alguns dias 
Que durem como têm durado,
Sido como têm me atravessado
Ou que sejam como realmente são 
Como o são nos dias de hoje, nessa história,
Desde o primeiro dia que foi (estória)...

Eu não quero que demore,
Só não quero que tudo isso passe.