terça-feira, 13 de setembro de 2016

Um pedaço do tempo que vai

Parece, tem um tempo...
Um mundo de pessoas todo meu
Teu
Que é de ninguém
Outra vez ignora a força do vento
Como se o próprio vento soprasse na direção contrária
Daquilo que 'fosse' seu
À própria sorte.

Tem um pedaço do tempo que vai
O tempo que na sua forma não volta,
Tem uma parte do que é lembrança
Que lembra e fica na memória
Como se a vida parasse no tempo
No meio do próprio tempo à própria sorte...

Nas esquinas,
Calçadas, das filas, no banco da praça,
Das paradas, na tribeira das fachadas
Os monumentos à arte, das vielas dos bairros
Históricos no tempo de cada segundo deserto
Das ruas típicas no que é atípico
E que lembra na recordação,
(Tudo) volta o tempo inteiro...

Dói
A cada tempo em que me vejo
Sem reconhecer a mim
Diante do espelho...
Na pele da rotina
Na unha da necessidade
No sabor da carne
À fio de uma novidade
Mesmo, assim mesmo (é assim mesmo),
Dói (contra a vontade)...

Escolhas desajeitadas de tudo o que veio depois
Distante, deserto, desejo,
Centeios, passado
Medo da morte, da navalha que sangra a ferida
Ou do fato inevitável de ter que aceitar a si mesmo
Mesmo que pela metade...
É como agulha que entra na pele,
Espera sem resposta ou solidão acompanhada
De alguém em silêncio sem vaidade...

Uma parte desse tempo volta
E vai ainda que não se queira
Sem certeza, mentira, verdade...